Reflexões sobre a guerra do tamanho dos blocos do Bitcoin
Recentemente, li dois livros que documentam a história da guerra do tamanho do bloco do Bitcoin, que representam duas opiniões opostas: "The Blocksize War" e "Hijacking Bitcoin". A leitura desses livros me fez reavaliar minha posição na época e refletir sobre as razões profundas desta controvérsia.
A questão central da guerra sobre o tamanho do bloco é: o Bitcoin deve aumentar o limite de tamanho do bloco de 1MB através de um hard fork para permitir o processamento de mais transações e reduzir os custos, mas isso tornaria mais difícil a execução de nós. Os defensores de blocos pequenos acreditam que as alterações devem ser conservadoras, para garantir que usuários comuns possam executar nós. Já os defensores de blocos grandes acreditam que o aumento deve ser substancial, para realizar a visão do dinheiro digital.
As partes têm divergências em questões específicas, mas a contradição mais profunda reside nas diferentes interpretações sobre a forma de governança do Bitcoin. O grupo dos pequenos blocos defende que as mudanças de protocolo precisam de um alto grau de consenso, opondo-se à dominação das decisões por um pequeno número de grandes jogadores. Por outro lado, o grupo dos grandes blocos acredita que os mineradores devem ter o controle, e critica os pequenos blocos por se desviarem da visão original.
Na altura, eu inclinava-me a apoiar a facção dos grandes blocos, acreditando que as altas taxas de transação iriam sufocar os casos de uso de dinheiro digital, havendo também algumas questões nas perspetivas da facção dos pequenos blocos. No entanto, também me senti desapontado com algumas das ações da facção dos grandes blocos, como a relutância em estabelecer princípios razoáveis para limites de tamanho de bloco.
Ao rever esta controvérsia, creio que isso reflete uma tragédia política: um lado monopoliza a capacidade técnica, mas tem uma postura teimosa, enquanto o outro reconhece o problema, mas carece de capacidade de execução. Esta "armadilha de capacidade unilateral" é muito comum em diversos ambientes políticos.
Mais importante ainda, ambas as partes ignoraram os avanços que as novas tecnologias podem trazer, como os ZK-SNARKs. A solução final para aliviar a tensão política não é o compromisso, mas sim a descoberta de um novo caminho tecnológico que satisfaça as demandas de ambas as partes.
Para o futuro do Bitcoin, a chave está em saber se pode voltar a ser um ecossistema com visão tecnológica. O recente desenvolvimento de Inscriptions e BitVM trouxe novas possibilidades para a segunda camada, o que é um sinal positivo.
Analisar o sucesso e o fracasso do Bitcoin é muito inspirador para outras comunidades digitais como o Ethereum. A estratégia de múltiplos clientes do Ethereum, soluções de segunda camada, entre outras, tiraram lições da experiência do Bitcoin. De forma mais ampla, isso também tem importantes implicações para o desenvolvimento de novas comunidades digitais, como os países em rede.
Em suma, a guerra pelo tamanho do bloco do Bitcoin, como a primeira guerra civil da "nação digital", forneceu experiências valiosas para a construção de comunidades digitais no futuro. Devemos aprender com isso e buscar inovações tecnológicas, em vez de nos perdermos em debates políticos sem fim.
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A disputa sobre o tamanho do bloco do Bitcoin: a quebra técnica é a chave para resolver o impasse político
Reflexões sobre a guerra do tamanho dos blocos do Bitcoin
Recentemente, li dois livros que documentam a história da guerra do tamanho do bloco do Bitcoin, que representam duas opiniões opostas: "The Blocksize War" e "Hijacking Bitcoin". A leitura desses livros me fez reavaliar minha posição na época e refletir sobre as razões profundas desta controvérsia.
A questão central da guerra sobre o tamanho do bloco é: o Bitcoin deve aumentar o limite de tamanho do bloco de 1MB através de um hard fork para permitir o processamento de mais transações e reduzir os custos, mas isso tornaria mais difícil a execução de nós. Os defensores de blocos pequenos acreditam que as alterações devem ser conservadoras, para garantir que usuários comuns possam executar nós. Já os defensores de blocos grandes acreditam que o aumento deve ser substancial, para realizar a visão do dinheiro digital.
As partes têm divergências em questões específicas, mas a contradição mais profunda reside nas diferentes interpretações sobre a forma de governança do Bitcoin. O grupo dos pequenos blocos defende que as mudanças de protocolo precisam de um alto grau de consenso, opondo-se à dominação das decisões por um pequeno número de grandes jogadores. Por outro lado, o grupo dos grandes blocos acredita que os mineradores devem ter o controle, e critica os pequenos blocos por se desviarem da visão original.
Na altura, eu inclinava-me a apoiar a facção dos grandes blocos, acreditando que as altas taxas de transação iriam sufocar os casos de uso de dinheiro digital, havendo também algumas questões nas perspetivas da facção dos pequenos blocos. No entanto, também me senti desapontado com algumas das ações da facção dos grandes blocos, como a relutância em estabelecer princípios razoáveis para limites de tamanho de bloco.
Ao rever esta controvérsia, creio que isso reflete uma tragédia política: um lado monopoliza a capacidade técnica, mas tem uma postura teimosa, enquanto o outro reconhece o problema, mas carece de capacidade de execução. Esta "armadilha de capacidade unilateral" é muito comum em diversos ambientes políticos.
Mais importante ainda, ambas as partes ignoraram os avanços que as novas tecnologias podem trazer, como os ZK-SNARKs. A solução final para aliviar a tensão política não é o compromisso, mas sim a descoberta de um novo caminho tecnológico que satisfaça as demandas de ambas as partes.
Para o futuro do Bitcoin, a chave está em saber se pode voltar a ser um ecossistema com visão tecnológica. O recente desenvolvimento de Inscriptions e BitVM trouxe novas possibilidades para a segunda camada, o que é um sinal positivo.
Analisar o sucesso e o fracasso do Bitcoin é muito inspirador para outras comunidades digitais como o Ethereum. A estratégia de múltiplos clientes do Ethereum, soluções de segunda camada, entre outras, tiraram lições da experiência do Bitcoin. De forma mais ampla, isso também tem importantes implicações para o desenvolvimento de novas comunidades digitais, como os países em rede.
Em suma, a guerra pelo tamanho do bloco do Bitcoin, como a primeira guerra civil da "nação digital", forneceu experiências valiosas para a construção de comunidades digitais no futuro. Devemos aprender com isso e buscar inovações tecnológicas, em vez de nos perdermos em debates políticos sem fim.